quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ver, Olhar e Oservar


A escola compartilha funções sociais e educacionais, elas são responsáveis pela construção e transmissão da informação. No qual se dá um suporte para a formação do aluno fazendo com que ele seja capaz de produzir seu próprio pensamento de ser autocrítico. Porque ela trás novas experiências e permite que o aluno as traga de sua convivência familiar e social. A identidade é constituída de vivência de mundo, cada indivíduo ingressa em determinado grupo social ou virtual para ser visto como grupo e não indivíduo individualista. A escola deve ser identificada como espaço desenvolvimento e aprendizagem, ela deve se envolver nas experiências vividas pelos alunos. Isso significa considerar aspectos sociais, culturais e históricos. A escola tem um papel fundamental na construção socioeducacional do aluno, pois a um reconhecimento como contribuinte da educação e para afirmação da cidadania, já que corresponde a um espaço sociocultural de interação.

Então, Observa-se o processo de aprendizagem e apreensão do que se pode olhar, sentir e ver, ou seja, a capacidade de observar. Existe o visível e o invisível, pois assim fazemos relações do homem e o mundo “homem”, “universo”, ”meio”, “natureza”, “natureza humana”. Isso é a capacidade de olhar, sentir, observar e ver.

Katshuhiko Hokukai

https://en.wikipedia.org/wiki/Hokusai#/media/File:Great_Wave_off_Kanagawa2.jpg


Marcas da vida

Desde a idade dos seis anos
eu tinha a mania de desenhar objetos.
Por volta dos 50 anos havia publicado
uma infinidade de desenhos
Aos 70 compreendi mais ou menos
a verdadeira natureza:
as plantas, as árvores, os pássaros,
os peixes, os insetos.
Em consequência, aos 80 terei feito
ainda mais progresso.
Aos 90 anos terei penetrado no
mistério das coisas;
Aos 100 anos decididamente chegarei
ao grau de maravilhamento e...
Quando eu tiver 110 anos, para mim,
seja um ponto ou linha, tudo será vivo

Katshuhiko Hokukai Séc. XVIII

Inquietações:
Como se vive o tempo e o espaço na escola?  que marcas elas nos trazem? qual a relação delas? E o tempo e sua evolução? possibilidades e inquietudes. não há respostas.

Gaiolas ou asas?

Vamos abrir as gaiolas!!! 
Deixem os pássaros voarem e mostrarem o que são capazes. Há um problema, como fazer isso sem transgredir as normas escolares?  professor é o principal incentivador e o formador de opinião no qual deve incentivar o voo dos seus aluno mesmo que  Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças exista. O professor é o principal incentivador é a partir do seu incentivo que os pássaros voarão sem medo.
"Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está a aprender liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem... Assim, todo o professor, ao ensinar, teria que perguntar: Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for, é melhor deixar de lado. As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se as escolas são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança..ALVES (2002).



Referência
 ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32



Repensando ciências

Disponível em <http://o-ensino-de-ciencias-na-am.blogspot.com.br/2011/03/por-que-ensinar-ciencias-no-ensino.html>
Lendo o texto da autora Russel Teresinha Dutra da Rosa comecei a refletir sobre o estudo de ciências. Quais seriam os processos metodológicos e as problematizações para ensinar ciências? 
Mas afinal o que é ciências? É só a disciplina que estuda os seres vivos animados e inanimados? “Para um ensino de Ciências que considere a natureza dos processos históricos de produção de conhecimentos científicos, é necessário repensar os conteúdos hoje propostos pelos currículos escolares e pelos livros didáticos. Além disso, pelo fato de dispormos de um grande volume de informações novas e que se tornam disponíveis no espaço da mídia, por exemplo, precisamos realizar uma seleção das prioridades” ROSA (1997). Então, não se deve ficar inerte aos livros didáticos e sim valorizar a experiência do aluno já que ela faz parte do processo de ensino-aprendizagem.

Corrobora a autora ROSA (1997), “A ciência é enfocada, nos livros didáticos, geralmente como o produto do trabalho de cientistas geniais e esses produtos são dados como verdades absolutas. Algumas vezes, a ciência também é apresentada como processo, mas nesse caso, como um processo contínuo e cumulativo de descobertas. 
Dessa maneira, a apropriação do conhecimento transforma qualquer realidade e instiga a conhecer cada vez mais os mecanismos disponibilizados não somente o livro didático, mas todo um contexto social. Então a ciência está num processo de constante aprimoramento no qual não há uma verdade que seja totalmente correta e sim pequenas verdades que se aperfeiçoam ao longo do tempo.

Referência: ROSA, Russel Teresinha Dutra. Repensando o ensino de ciências a partir de novas histórias da ciência. In: Ciências na sala de aula. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1997.

Matemática

Disponível em <http://oxyzdamatematica.blogspot.com.br/2011/05/matematica-divertida.html>


Na primeira aula de matemática o professor faz a seguinte pergunta: " Quem aqui gosta de matemática?'' Apenas 3 alunos levantaram. É visível o asco que os alunos possuem da matemática, talvez por não entenderem nada ou por que nunca conseguiram fazer o mínimo solicitado. Eu sou uma delas não aprendi o que era para aprender no tempo certa na idade certa, mas com esta primeira aula percebi a luz no fim do túnel e comecei a pesquisar algumas atividades que envolvam a matemática e gostei. "Os números são construções mentais nós utilizamos os números para tudo".

"O que é alfabetizar matematicamente? A matemática está em nosso cotidiano e não podemos negar, e ao alfabetizar matematicamente muitos educadores sentem-se inseguros, pois não “sabem” o método, a forma como alfabetizá-los. através do texto disponibilizado pelos professores comecei a gostar da matemática" (LOURENÇO et al, 2012).

Referências Edvânia Mª da Silva Lourenço, Vivian Tammy Baiochi, Alessandra Carvalho Teixeira. ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS: O QUE É? COMO FAZER? Revista da Universidade Ibirapuera - Universidade Ibirapuera São Paulo, v. 4, p. 32-39, jul/dez. 2012

domingo, 9 de outubro de 2016

A escola que queremos

   Na aula de Estudos Sociais fiz algumas reflexões no que foi ministrado, Como se vive o tempo e o espaço escolar?  O futuro se constrói agora na escola? Que ideia de política a escola tem? e qual o seu ato de escola? com estas pergunta lembrei do texto do Frei Betto a escola dos meus sonhos.
  Sim a escola é um lugar possível, pois é o lugar das possibilidades das revoluções. Os pequenos momentos são o que faz acontecer.
Disponibilizo o texto do Frei Betto na integra.


A Escola dos meus Sonhos

Frei Betto

 Na escola dos meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, costurar, consertar eletrodomésticos, a fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, a conhecer mecânica de automóvel e de geladeira e algo de construção civil. Trabalham em horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenho, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra. Uma semana ao ano integram-se, na cidade, ao trabalho de lixeiros, enfermeiras, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim aprendem como a cidade se articula por baixo, mergulhando em suas conexões que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.
Não há temas tabus. Todas as situações-limite da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a Matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões das privatizações; o Português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos de jornais; a Geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a Física, nas corridas de Fórmula-1 e nas pesquisas do supertelescópio Huble; a Química, na qualidade dos cosméticos e na culinária; a História, na violência de policiais contra cidadãos, para mostrar os
antecedentes na relação colonizadores - índios, senhores - escravos, Exército - Canudos, etc.
Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de Biologia e de Educação Física se complementem; a multidisciplinaridade faz com que a História do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aulas de meditação e dança e associa a história da arte à história das ideologias e das expressões litúrgicas. Se a escola for laica, o ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo, o pai-de-santo, do candomblé; o padre, do catolicismo; o médium, do espiritismo; o pastor, do protestantismo; o guru, do budismo, etc. Se for católica, há periódicos retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja. Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazer periódicos treinamentos e cursos de capacitação e só são admitidos se, além da competência, comungam os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática. Porque é uma escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido do que sejam democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.
Ela não briga com a TV, mas leva-a para a sala de aula: são exibidos vídeos de anúncios e programas e, em seguida, analisados criticamente. A publicidade do iogurte é debatida; o produto adquirido; sua química, analisada e comparada com a fórmula declarada pelo fabricante; as incompatibilidades denunciadas, bem como os fatores porventura nocivos à saúde. O programa de auditório de domingo é destrinchado: a proposta de vida subjacente, a visão de felicidade, a relação animador-platéia, os tabus e preconceitos reforçados, etc. Em suma, não se fecham os olhos à realidade, muda-se a ótica de encará-la. Há uma integração entre escola, família e sociedade. A Política, com P maiúsculo, é disciplina obrigatória. As eleições para o grêmio ou diretório estudantil são levadas a sério e, um mês por ano, setores não vitais da instituição são administrados pelos próprios alunos. Os políticos e candidatos são convidados para debates e seus discursos analisados e comparados às suas práticas.
Não há provas baseadas no prodígio da memória nem na sorte da múltipla escolha. Como fazia meu velho mestre Geraldo França de Lima, professor de História (hoje romancista e membro da Academia Brasileira de Letras), no dia da prova sobre a Independência do Brasil, os alunos traziam para a classe a bibliografia pertinente e, dadas as questões, consultavam os textos, aprendendo a pesquisar. Não há coincidência entre o calendário gregoriano e o curricular. João pode cursar a 5ª série em seis meses ou em seis anos, dependendo de sua disponibilidade, aptidão e seus recursos. É mais importante educar do que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que ascender à elite. Dentro de uma concepção holística, ali a ecologia vai do meio ambiente aos cuidados com nossa unidade corpo-espírito e o enfoque curricular estabelece conexões com o noticiário da mídia.
Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio para se poderem manter. Pois é a escola de uma sociedade em que educação não é privilégio, mas direito universal, e o acesso a ela, dever obrigatório.
BETTO, Frei. A escola dos meus sonhos. Disponível em <http://www.bancodeescola.com/freibeto.htm> acesso 9 de set. 2016.